No dia 22 de Setembro de 1951, no gabinete do diretor de saúde do estado, um grupo de médicos, totalmente sintonizados com o espírito desenvolvimentista dos anos 50, reuniu-se para fundar aquela que viria a ser uma das mais respeitadas e sólidas instituições associativas de Cuiabá. Dentre os fundadores presentes à solenidade, destacaram-se os Drs. Fernando Correa da Costa, Hélio Ponce de Arruda, Agrícola Paes de Barros, Henrique de Aquino, Manoel Vargas, Clóvis Pitaluga de Moura, entre outros. Todo início é difícil, e assim foi também com a AMMT.
A primeira Diretoria, empossada oficialmente em 08 de Fevereiro de 1952, enfrentou muitas dificuldades, embora tenha recebido encorajamento dos profissionais à época, isso não converteu-se em número de associados. Algum tempo passou, até que a maioria dos médicos cuiabanos sentissem a necessidade de unir-se associativamente, e saber que esta seria a melhor maneira de lutar pela regulamentação de sua profissão. Desta forma, as atividades dos primeiros anos limitaram-se ao campo científico e de estruturação, porém, isso não impediu que, ainda na década de cinqüenta, no seio da AMMT, fosse idealizado e concretizado o Conselho Regional de Medicina, fundado em 1958.
Além disso, a Associação promoveu campanhas de educação em saúde, tais como: Campanha do Iodo (1953), destinada a suprir as necessidades dos hospitais do interior do estado; Campanha Contra Verminoses (1955), que visava esclarecer a população cuiabana quanto aos meios de prevenção de verminoses e dar noções de higiene às crianças da periferia. Ainda nos anos 50, a AMMT ajudou a elaborar a legislação trabalhista para a Medicina, já que os médicos não tinham horário de trabalho pré-estabelecido, nem honorários mínimos. Além disso, havia a necessidade de combater-se o exercício profissional de pessoas que não haviam prestado curso superior em Medicina, e que ainda eram em grande número no estado.
Juntamente com a A.M.B, entidade a qual a AMMT é filiada, foi elaborado um código de ética e uma pauta de reivindicações trabalhistas. Nos loucos anos 60, Cuiabá ainda resguardava sua característica provinciana (*observar fotos) e não compartilhava muito da efervecência política que assolava o país neste período. Quanto à AMMT, auxiliou no fortalecimento das conquistas éticas, científicas e trabalhistas, com a inclusão de vários pontos no chamado Plano Nacional de Saúde, em 1968. No mesmo ano, merece destaque a Campanha de Erradicação da Malária.
No princípio do anos 70, quando assumiu a presidência o Dr. Faria Seror, o caixa da entidade estava em total desordem. Havia dívidas a serem honradas e o número de associados era insuficiente para cobrir as despesas. Com uma atitude corajosa, (como tantos pioneiros que para cá migraram nessa década, impulsionando o crescimento do estado através da colonização) a diretoria decidiu construir uma sede própria, além de sanar o déficit financeiro. Para isso, campanhas foram feitas, obtendo-se bons resultados. Inestimável impulso ao projeto aconteceu com o recebimento do terreno, doado pelo membro fundador Clóvis Pitaluga de Moura.
Anos passaram-se, até que em 1978 foi inaugurada a sede da antiga Rua Rosário Oeste. No fim dos anos 70, a AMMT iniciou a luta pela implantação do curso de Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso, para que os jovens mato-grossenses não mais tivessem que sair do estado para graduar-se. Sonho que constituiu-se em fato em 1980, tendo à frente o Dr. Benedito Vieira de Figueiredo, outro atuante membro diretor da associação àquela época.
Em todas as agremiações há momentos de êxtase, mas há também os de feroz declínio. Embora não pareça ser empírico, a chamada década perdida, ou seja, os Anos 80, fez jus a seu rótulo também no que se refere a Mato Grosso. Isso teve reflexo direto na AMMT, pois a partir de 1980, as dívidas oriundas de gestões anteriores, além do surgimento de outros órgãos associativos da classe, bem como a própria desunião dos sócios, cooperaram para uma vertiginosa retração das atividades da Associação. Foi nessa época que a AMMT incorporou a função de clube recreativo. Ela promoveu a integração dos associados através de churrascos, bailes, torneios esportivos, porém as atividades culturais e científicas, que sempre foram uma marca da entidade, foram relegadas a segundo plano e, porque não dizer, acabaram realmente sendo esquecidas.
A AMMT foi ressurgindo lentamente durante os anos 90. A partir da gestão do Dr. Luiz Gonzaga de Figueiredo, começou a ser reorganizada e, principalmente, com o pagamento de impostos atrasados e com promoções que proporcionaram renda extra ao caixa da entidade, este ficou com sobras que auxiliaram investimentos posteriores. E, em 1997, quando o Dr. Ricardo Saad assumiu a presidência, um dos seus projetos era, justamente, a retomada do crescimento. Naquele ano, a AMMT contava com apenas pouco mais de uma centena de sócios e hoje esse número é cinco vezes maior. Ainda em 97, Dr. Saad fez a reforma geral da quadra poliesportiva, que ganhou nova pintura e iluminação especial.
1970 - a sede em construção; o bairro Concil ainda não existia, antes era região afastada - hoje está inteiramente tomada pela cidade. E, em 1997, quando o Dr. Ricardo Saad assumiu a presidência, um dos seus projetos era, justamente, a retomada do crescimento. Naquele ano, a AMMT contava com apenas pouco mais de uma centena de sócios e hoje esse número é cinco vezes maior.
Ainda em 97, Dr. Saad fez a reforma geral da quadra poliesportiva, que ganhou nova pintura e iluminação especial. E, no intuito de fazer da AMMT uma referência de valorização do médico, a diretoria projetou e concretizou a Sede Campestre, que foi inaugurada em Maio de 1999, (a 'chácara', como foi carinhosamente apelidada) clube que oferece toda a estrutura necessária ao lazer do associado e sua família.
O século que começa, mostra-nos que muito ainda há para ser feito, e com certeza será. Como parte das comemorações de 49 anos, no dia 03 de Setembro será inaugurada a quadra poliesportiva na Sede Campestre. As obras de ampliação seguem, sempre no interesse de oferecer o melhor ao sócio. A diretoria trabalha para que a Associação Médica de Mato Grosso continue crescendo, junto com Cuiabá, pois a história não é feita somente de
fatos passados, é também o presente que se projeta no futuro.